sábado, 22 de novembro de 2014

coração de marinheiro


Com areia entre os dedos dos pés e as ondas do mar fazendo música em nossos ouvidos, o seu beijo se torna ainda melhor. Os seus dedos ao encostarem no meu rosto estão meio gelados, é verdade, mas seus lábios eu esquento selando-os aos meus. Sorriso. Daqueles singelos, compartilhados. O vento bagunça os meus cabelos e você tenta botá-los de volta no lugar: inocente, parece até que esqueceu que os meus cachos são indomáveis. Separamo-nos, encosto a minha cabeça no seu peito, trocamos um olhar de ternura e passamos a observar o mar.


Eu daria tudo pra saber o que você está pensando nesse momento.
Se pensa em mim tal como eu penso em ti.

Você desliza sua mão pelo meu braço a procura da minha e entrelaça nossos dedos. Eu tento ouvir o seu coração. E descubro: descubro que seu coração é tão tranquilo quanto ti. Seu coração sussurra, lento e calmo, a mesma calmaria do teu beijo.

Num outro segundo, estou sozinha. O vento te leva. Ou você vai sozinho.

Não sei.

Sei que o coração de um marinheiro, tão calmo e pacífico, acompanha as ondas de um mar agressivo.



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