sábado, 4 de janeiro de 2020

2020

Eu estive refletindo sobre o ano que se passou e sobre a pessoa que eu me tornei. Há um ano eu era uma pessoa completamente diferente do que sou hoje. E perceber isso é bonito e reconfortante. Eu me lembro que ano passado, nessa mesma data, estava bem insatisfeita comigo por motivos pessoais; cobrando muito de mim mesma e triste por, mesmo dando o melhor de mim, não conseguir fazer algo que aparentemente todo mundo consegue: dirigir. Foi difícil admitir pra mim mesma e pra todos que eu falhei, tanto que levei bastante tempo até conseguir, enfim, contar ao meu pai que não ia rolar. Passei mais de um ano nesse processo, gastei muito dinheiro e muita saúde emocional, até chegar a um ponto onde percebi que não valia a pena me desgastar dessa forma por medo de decepcionar os outros. Meu pai foi um anjo, super compreensivo. A partir daí consegui voltar a focar na escola: Último ano, provas de conclusão do ensino médio (que equivale ao vestibular no Brasil), uma pressão do caralho. E depois da tempestade… Paz. Muito tempo livre, muita vontade de viver loucamente como forma de recompensa pessoal que acabou coincidindo com a visita maravilhosa da minha bf linda, @rafa_paternostro. Vivemos doze dias incríveis juntas. Eu ainda to processando tudo que aconteceu em junho/julho. Foi lindo. Também nessa época entre (finalmente) fim de escola e começo da faculdade acabei me apaixonando de forma inesperada, leve. Tivemos momentos lindos, singelos; eu achava que não era mais capaz de sentir da forma que senti por conta do meu primeiro relacionamento tóxico, mas a vida me mostrou que sim, ainda sei amar, mesmo temendo muito a vulnerabilidade emocional. Percebi que estou muito mais madura, segura de mim mesma, confortável com a pessoa que sou. Eu estou entendendo que está tudo bem comigo e com a minha personalidade, eu estou aprendendo que não devo cobrar muito de mim mesma. Foi um ano de despedidas (adeus, escola; adeus, amorzinho) e de inícios. Fui pro meu primeiro festival de Goa e foi incrível. Tive mais ou menos três meses de descanso entre escola e faculdade! Passei um mês em Hamburgo, isso no verão! <3, morando no trailer do meu pai num acampamento super alternativinho e lindo, perto da natureza mas não muito longe da cidade; nesse mês, resolvi parar de me depilar e me maquiar. Há um ano eu nem levaria em consideração fazer algo assim, porque eu admito que me importo bastante com a opinião dos outros, os olhares incomodam, etc. Como estava nesse lugar cool e com pessoas desconhecidas, mais open-minded, tomei essa decisão. Comecei a apreciar minha beleza natural, os meus pelinhos e a me achar bonita sem maquiagem; percebi, principalmente ao sair pro centro de Hamburgo ou algo assim, que me sentia de fato pressionada socialmente a me maquiar, mas é tudo coisa da minha cabeça. Eu sou linda com e sem maquiagem. Eu não deveria me sentir obrigada a me maquiar, mas fazê-lo quando eu estivesse a fim. A princípio eu tinha planejado mentalmente ir a Hamburgo para passar um tempo com meu pai e me inspirar a voltar a escrever. Para isso, investi num iPad (que está sendo bem útil pra faculdade). Não contava com a síndrome da página em branco. Minha cabeça estava uma loucura, uma confusão interna, várias coisas que não sei explicar, então apenas aceitei que esse tempo ainda não tinha chegado e curti a viagem de outras formas: comecei a pintar com aquarela, assisti seriados, li… Descansei bastante, pra falar a verdade. Como o ser humano é insatisfeito por natureza, passei a me incomodar com o fato de não ter nada pra fazer. Quando voltei à Dortmund esse sentimento de ‘‘sou inútil, não faço nada, tenho que ser produtiva“ amenizou um pouco por eu automaticamente também voltar a trabalhar em alguns fins de semana. Completei 20 aninhos e sou tão grata por meu aniversário ter sido tão lindo, pelos meus amigos, tanto amor envolvido! <3 Encantei-me pela faculdade, pelo ambiente acadêmico e pelas pessoas; me senti bem vinda, compreendida, tive conversas profundas, algo que sentia falta. Estou estudando pedagogia. O inverno veio chegando e, pra mim, o inverno traz uma melancolia e tristeza inexplicáveis. Eu não gosto do frio; não temo a escuridão, porque sou luz, mas sinto falta do Sol. Fui deixando a faculdade meio de lado, focando em outras coisas, tipo em mim mesma. E aí me surgiu uma oportunidade de fazer algo que me deixou muito feliz e animada, de uma forma que há um tempo eu não me sentia, porque já há um tempo eu estava com uma sensação de ‘‘tanto faz“, passando a - talvez - não dar tanto valor a vida como ela merece, tendo pensamentos extremamente negativos, mas lutando contra eles. Eu nunca tinha feito algo parecido antes, mas no fim desse ano pude decorar um espaço (no caso, um container) como um indoor chill area de uma festa, 100% livre pra fazer o que eu quisesse. Foi uma mistura de sentimentos. De um lado, muito nervosismo, insegurança, medo de não agradar; do outro, excitação, felicidade por poder mostrar minhas habilidades artísticas e criatividade (apesar de sempre pensar que não as possuo, porque sou muito crítica comigo), alívio por ter uma distração produtiva (além de festas) do frio do inverno e uma motivação pra me fazer levantar da cama. E esse foi o resultado: meu spaceship chill container, toda decoração feita por mim e com ajuda do meu pai, @littletrippyclara também foi super importante por ajudar a montar tudo e nossa, parece ser algo muito pequeno e pouco, mas pra mim foi um passo enorme: porque no fim, acabou sendo um sucesso sim, mesmo com seus defeitos. <3 Fiquei extremamente feliz comigo e por ter conseguido realizar isso, feliz pela reação positiva e ah, sem palavras. Foi assim que o ano começou pra mim. Uma satisfação pessoal imensa. Infelizmente o mundo inteiro parece estar em caos; mas hoje, eu me sinto em equilíbrio comigo mesma. 



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